Xadrez: O empate.

Xadrez: O empate.

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Continuando a elucidar as regras que compõem uma partida de xadrez, irei falar agora sobre o empate.

O empate: O empate pode ocorrer de diversas maneiras diferentes. Como, por exemplo, por falta de forças, que é a caracterização de uma situação em que ambos os jogadores não possuem condições materiais de vencer a partida, tal como ocorre no caso de restarem no tabuleiro apenas os dois reis adversários.

Pode-se ter um empate por xeque perpétuo, que é a situação em que um jogador, na iminência da derrota, consegue colocar reiteradamente o rei adversário em xeque e evitar receber um xeque-mate.

Outra maneira de se empatar um jogo ocorre quando ambos os jogadores executam exatamente a mesma jogada por três veses consecutivas. Há também a regra dos cinquenta movimentos, em que o empate é decretado se não houver nenhuma tomada de peças e nenhum peão for movido pelo período de cinquenta jogadas. Ambas essas duas formas de empate agem sobre partidas apáticas, em que o jogo não está indo a lugar algum. Se nenhum dos jogadores está agindo com determinação suficiente para alcançar a vitória, nada mais justo do que declarar o empate.

Se ambos os jogadores assim o desejarem, eles mesmos podem decretar um empate, o qual é um meio comumente usado para se terminar jogos de alto nível.

A ultima possibilidade de empate é representada pelo afogamento.

O afogamento: O afogamento é internacionalmente conhecido pela expressão em inglês "stalemate". O stalemate é uma situação que leva ao empate caracterizado pela impossibilidade de um dos jogadores executar alguma jogada legal. Ou seja, se tem um stalemate sempre que um dos jogadores não puder mexer, ou não possuir, outras peças além do rei, e não puder mover, sem colocar em xeque(jogada ilegal), o próprio rei. O stalemate é sempre positivo para o jogador em desvantagem material, cujas chances anteriores de vitória eram mínimas. Desta forma, o stalemate representa uma punição ao jogador em vantagem material pela sua incompetência em executar um xeque-mate, e por isso mesmo o empate resultante é tido como justo.

Em determinadas situações, pode-se usar o risco da ocorrência de um stalemate para restringir as possibilidades de jogada do adversário, tal como disposto na sequência de movimentos apresentada.


E no próximo exemplo, se verá um caso em que, mesmo sem poder ganhar, o jogador em desvantagem conseguiu forçar um empate através do stalemate:
Curiosidade: O enxadrista cubano José Raúl Capablanca, campeão mundial entre 1921 e 1927 e conhecido como o Mozart do xadrez - por ter demonstrado uma grande capacidade no esporte ainda na infância, tendo aprendido a jogar com apenas quatro anos de idade por ficar, frequentemente, assistindo o seu pai jogar - defendia que o xadrez profissional desapareceria da sociedade em razão dos empates. Capablanca defendia que, com a evolução técnica do xadrez, todos os mestres seriam capazes de empatar qualquer partida se o quisessem. O enxadrista propôs então uma nova variação de xadrez, o xadrez de capablanca, que não galgou muito sucesso, onde se jogaria em um tabuleiro maior e com a adição de duas novas peças, o arcebispo e o chanceler, peças que misturariam o movimento do cavalo com o bispo e o movimento do cavalo com a torre, respectivamente. A idéia era aumentar a complexidade do jogo original e acentuar as disparidades técnicas entre os mestres, o que reduziria o número total de partidas que acabariam em empate.