
AS CARACTERISTICAS DO PEQUENO ROQUE
AS CARACTERISTICAS DO PEQUENO ROQUE
Diferentemente do que muitos pensão, o xadrez é feito de padrões: Quanto mais padrões se conhece, melhor será o entendimento do jogo. O Roque é uma necessidade clara e evidente quando passamos pelo pressuposto que na abertura, as peças se dirigem ao centro do tabuleiro no intuito de melhorarem seu raio de ação. O rei, por questões estruturais encontra-se neste setor do tabuleiro, logo, pressentimos o perigo, e, rapidamente pensamos na existência da obrigação de esconder o rei num canto, longe dos perigos eminentes. Outra importante questão é a dificuldade de colocar as torres em jogo, facilitada quando feito o roque, buscando retirar vossa majestade do centro das atenções.
Para aqueles que não estão familiarizados com o estudo do xadrez, existe uma literatura extensa explicando de como atacar o roque, com suas debilidades e virtudes. Um resumo, não de todas as posições, estão abaixo. Não é preciso decorar nada, mas entender do que se trata algumas das principais estruturas de proteção ao rei, com seus vícios e virtudes. Vejamos:
A formação mais popular e natural do roque. O cavalo em “f6” ajuda na proteção do peão de “h7” e controla casas importantes de invasão da dama adversária em “g4” e “h5”.
A torre por sua vez controla a oitava fila. Sem nenhum avanço de peões, não existem casas fracas na frente do rei. Nada impede do adversário investir um ataque sobre o ponto "g7" ou até mesmo remover o cavalo para atacar "h7".
Não é uma formação tão problemática assim. Com apenas o avanço do peão para “h6”, abrindo um respiro em “h7” para o rei das pretas.
O problema, pode ser o próprio peão de “h” que servirá de alvo para as peças adversárias. O Sacrifício de peças em “g7” e “h6” é muito comum sobre essas formação de peões.
Muitos iniciantes tem a “brilhante” ideia de esconder o rei após o roque, sufocando seu monarca com peças por todos os lados, ledo engano! A perda de tempo pode ser punida com um simples cavalo branco em “f7”.
Esse tipo de mate é chamado de Mate Sufocado ou abafado, devido a dificuldade do rei em respirar!
Sem o cavalo em “f6” os peões de “g7” e “h7” estão vulneráveis a qualquer aglomeração de peças brancas na ala do rei.
O cavalo também ajuda a controlar espaço nesse setor, repelindo algumas peças do inimigo. Um exemplo de ameaça é a entrada da dama branca via "d1-h5" apontando contra "h7". O sinal de alerta está dado!

Apenas os peões não são suficientes na proteção do rei, e sem a torre protegendo a primeira fila, o mate do corredor, com uma torre adversária em “e8” por exemplo, poderá ser fatal. Claro, estou me referindo há uma situação de meio-jogo, com muitas peças ainda sobre o tabuleiro.
O rei não pode ser a única peça que protege seus peões. A Defesa Passiva ( quando precisamos avançar um dos peões para proteger a casa) vai deixar casas fracas e ou peões fracos para o adversário.

Conhecido popularmente como igrejinha, sua principal característica é a inclusão do bispo em “g7”, que ajuda no controle das casas “f6” e “h6”. Os peões controlam casas claras, daí o grau de periculosidade na falta do protetor natural das casas escuras.
No começo da partida o fianqueto (tradução do italiano, sair pela borda) faz parte da estratégia de dominar o centro a distância com o bispo saindo pela coluna do cavalo ( "b" ou "g"). Contudo, durante a partida esse conceito pode se perder ao tentar resolver ou criar outros problemas.

Com os peões controlando apenas casas claras, o rei preto deverá sofrer um ataque pelas casas escuras. Muitas peças adversárias poderão usar como trampolim as casas “f6” e “h6”.
Parece que as peças abandoaram o rei, deixando-o a mercê das peças adversárias.

A coisa está tão feia para o rei, que neste caso costumamos dizer que as pretas estão sem as casas claras.
Evidenciando a fraqueza do roque, essa formação de peões permite a entrada das peças adversárias por todas as direções, como por exemplo, fazendo o uso da casa “g6”.
Há outros que gostam de “antecipar” a defesa! Além dos peões vulneráveis, a sétima fila é o alvo a ser perseguido pelas peças inimigas.
Os peões deverão escravizar peças em sua defesa. Imagina você duas torres brancas em “g7” e “h7”, apenas a torre das pretas nesta situação não consegue segurar a fúria do adversário.
Sem o peão da coluna-"f", o rei está vulnerável na diagonal “a2-g8”. Na maioria dos casos o mate não chega por aí, porém servirá de temas de ataque para o adversário.
Durante a partida, no intuito de colocar a torre no ataque, as pretas avançam o peão-f, mas, esse tiro poderá sair pela culatra.

Peões dobrados na maioria dos casos são um problema, já que esses peões não conseguem se proteger. Quando o assunto é relacionado a segurança do rei, o agravante está na abertura da coluna-g, e as fraquezas de “h7” e “h6”.
Para tentar minimizar as coisas, as pretas podem usar a coluna-g como ferramenta de ataque, jogando Rh8 seguido de Tg8.
Autor:
Professor de Xadrez Sheridan Ribeiro
Instagram: @XadrezNasAulas (clique na imagem para ir até o perfil e conhecer um pouco mais do meu trabalho).