
os esteriótipos do cinema sobre xadrez
Se você joga xadrez com frequência, provavelmente já passou por isso: tá assistindo a um filme, aparece uma cena de xadrez e, em vez de se empolgar, você revira os olhos. É sempre a mesma coisa. Ou o personagem é um gênio antissocial, ou um vilão super calculista. Parece que só existe esse tipo de jogador. Mas quem joga sabe — o xadrez é muito mais do que isso. Tem criança aprendendo a jogar com o avô, tem torneio em escola pública, tem gente que joga online depois do trabalho só pra relaxar. E nada disso aparece nas telas.
E quando aparece, é cheio de erro. Jogadas impossíveis, peças em lugares errados, reações exageradas como se cada lance fosse revolucionário. Fica claro que quem escreveu aquela cena não entende o jogo — e nem tentou entender. Pra quem ama xadrez, isso machuca um pouco. Porque o jogo é bonito, é profundo, é cheio de nuances. Mas no cinema, vira um teatrinho mal feito com cara de “olha como ele é inteligente porque joga xadrez”.
A real é que o xadrez tem um potencial enorme nas histórias, mas quase ninguém aproveita direito. Quando tratam o jogo com respeito, como em O Gambito da Rainha, dá pra sentir a diferença. A gente se reconhece ali. No fim das contas, a gente não tá pedindo muito: só que mostrem o xadrez como ele realmente é — humano, acessível, cheio de paixão. Porque, pra quem joga, cada partida é mais do que um monte de peças num tabuleiro. É uma história que merece ser contada direito.