Perigo - Garfo de Cavalo à Frente
CORVALO By Rick and Morty-Adult Swim

Perigo - Garfo de Cavalo à Frente

Avatar de AdemirD
| 4

Uma coisa que tira meu sono no xadrez são os garfos de cavalo. Lá estou eu calmo e tranquilo desenvolvendo minhas peças normalmente quando sou surpreendido com um corvalo infernal saltando em uma casa desprotegida, bem entre minhas duas torres.

Levei esse garfo em um torneio de blitz organizado pelo Chess Mania.



Não tem jeito, uma delas vai rodar nesse vacilo.

 

Acredito que minha dificuldade com os cavalos seja causada pela estranheza da movimentação dessas peças.

Aprendemos desde o início que nossos estimados burrinhos se movimentam em “L”.

GIF o "L" do cavalo.

Mas parando para pensar, isso não é verdade.

O movimento do cavalo poderia ser descrito mais como um salto na diagonal, mas errando a linha e a coluna mais próxima. Eu sei, isso não é nada didático de se falar, a rigor, nem faz muito sentido, mas é a forma que penso na coisa toda.

Todos os saltos possíveis do Burro.

 

Olhando para as opções de saltos do nosso querido burro ilustradas acima, não seria menos preciso dizer que seu movimento é feito em círculos do que em “L”.

Nós nem mesmo fazemos um movimento de “L” pra movimentar, o cavalo vai direto pra sua casa em linha reta, mas divago.

O ponto é que o movimento do cavalo não é algo natural pra mim visualizar, e acredito ser o caso de muitos enxadristas iniciantes, de modo que ficamos vulneráveis a este tipo de ataque, por não vermos a ameaça imediata.

Ao mesmo tempo, deixamos de aproveitar a oportunidade de usar essa poderosa arma pra atacar, pois não vemos quando nosso capivalo (Thanks Xet do Krikor) ameaça aforquilhar as desavisadas peças do adversário.

Capivalo bestando.



Poderíamos comer uma pedra valiosa do adversário aqui, jogando cavalo c5 e aplicando um duplex nas Torres Brancas, que, como não tem xeque disponível, não teria como as brancas tirar uma torre do ataque sem perder a outra.

Mas bestamos aqui e jogamos Cavalo d2 atacando a torre de d4, que simplesmente sai pra qualquer casa e ficará segura. [Achou um exemplo exagerado?? Então você ainda não viu nada do submundo do xadrez meu caro.]

Um enxadrista dedicado trabalharia essa deficiência no jogo estudando táticas, revisando partidas e estudando os erros para melhorar seu xadrez.

Não é o caso aqui.

Como bom adepto do método como ganhar no xadrez sem calcular, procurei descobrir um jeitinho pra trabalhar com os cavalos sem me lascar no processo.

Acredito ter encontrado um método matemático pra lidar com esses pôneis malditos saltitantes.

Basicamente minha idéia é, ao invés de ficar calculando todos os saltos dos cavalos presentes nos tabuleiros, olhar pras peças possivelmente alvo e contar a quantidade de linhas e colunas que as separam. Se esse número for ímpar ou zero, tem que ficar esperto.

Outra redflag é se as peças estiveram na mesma diagonal.

Cavalo aplicando um Quadriplex com xeque!

Notem como tem ZERO colunas/linhas separando a Dama do Rei; UMA coluna separando a Dama da Torre em e1; TRÊS linhas separando as torres; UMA coluna separa a torre de e5 da Dama; Rei e a Torre de e5 estão na mesma diagonal.

Esses padrões (números ímpares, diagonais, zeros) chamaram minha atenção enquanto chorava as peças perdidas no tabuleiro. Então pensei em uma maneira de usá-los a meu favor.

O lance é usar esse padrão como um gatilho, se seu rei e dama estão separados por zero, uma ou três colunas/linhas, ou estão na mesma diagonal. Elas estão vulneráveis a um garfo de cavalo [o mesmo vale para o adversário].

Com esse gatilho disparado, você procura na região se tem algum garanhão por perto que possa ser uma ameaça.

Não esse.

Idealmente já mude de posição pra evitar as ameaças, se a situação permitir, se não ema ema ema...

É claro, isso não resolve o problema de todo, tem situações que essa “regra” não funciona [o que? Você estava esperando uma inovação teórica de um blogueiro desconhecido de 5ª categoria?], sem falar que no calor na batalha é difícil se lembrar disso tudo. Mas estou testando sempre que posso/lembro.

NOTA: Não sigam meu péssimo exemplo e procurem melhorar seu xadrez da forma correta.

Para ilustrar melhor a idéia do gatilho que mencionei, segue alguns diagramas:

Esse é o pior tipo, com uma peça no norte outra no sul, sem qualquer tipo de alinhamento, a ameaça de um garfo do cavalo sequer passaria pela minha cabeça.

 

Nesse exemplo abaixo, Torre e Rei preto estão separados por uma linha e relativamente próximos um do outro, mas não estão vulneráveis ao garfo do cavalo,



Talvez a chave seja que o número de linhas E colunas que separam as peças devam ser impares ou igual à zero para o truque funcionar. Mas não me surpreenderia se tiver mais furos nesse método capivarístico.

 

Nesse aqui, Rei e Torre na mesma diagonal, mas sem garfo

Embora, se um bispo Branco entrar na diagonal, tchau torre.

 

Uma coisa é certa, o cavalo é uma peça muito dinâmica, ter um pocotó bem posicionado no tabuleiro faz toda a diferença nas mãos de quem sabe usar:

Imagem Meramente ilustrativa. By lisa runnels from Pixabay

 

NOTA DO MÉTODO: 1/ 5 capivalos.